quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Enquanto isso, na sala da Liga da Justiça

Por Rodrigo Priesnitz
A empresa que convive com a instabilidade tem dificuldades em encontrar caminhos seguros. Imagine uma empresa que passa por dificuldades financeiras. Na nossa analise não são importantes os fatores que levaram a esta dificuldade.
Mas vamos imaginar que esta empresa tem vários sócios e que a todos são confiadas importantes missões dentro da corporação de modo que seja impossível a um executar suas funções sem a colaboração de todos os demais.
Imagine que o presidente do conselho, com sua equipe técnica, traz algumas medidas que pedem corte de gastos e de alguns investimentos para que a empresa possa fazer um ajuste em suas contas, capaz de preservar as áreas estratégicas e garantir compromissos, capital de fluxo e algum grau de investimento.
Dado este cenário, imagine que o conselho, liderado por um conselheiro ao qual vamos dedicar mais atenção na sequencia, se negue a aprovar estas medidas e ainda apresente uma nova pauta de gastos exorbitantes e desnecessários, ameaçando a todo tempo que trará uma pauta bomba às reuniões do conselho se o presidente não ceder às suas vontades. Para piorar a situação, imagine que o departamento de marketing se dedique apenas a uma campanha contra a credibilidade da empresa em arcar com seus compromissos financeiros, esconda todos os bons produtos que a empresa oferece aos seus clientes, que nunca relacione historicamente a situação atual com outros vividas no passado ou com as demais empresas do mercado, que esconda do publico o sistema que rege o equilíbrio de forcas na direção da empresa, inclusive o seu próprio papel na manipulação de informações.
Imagine que o líder dos conselheiros está envolvido até o pescoço em escândalos de desvio de ativos da empresa, com fartas provas, mas que faz uma campanha de terror contra o presidente do conselho, acusando-o sem provas de desmandos e pataquadas tão execráveis quanto os seus, e que com isso faca um jogo de chantagens e ameaças de deposição e impedimento. E o departamento de marketing só interessado em esconder as falcatruas do líder dos conselheiros e vilipendiar a imagem da empresa. 
Mesmo que contra o presid ente do conselho não exista qualquer prova material ou sequer investigação, o departamento de marketing faz questão de poupar seu aliado pontual, o líder dos conselheiros, para manipular a opinião publica contra o presidente, pois ao menos contra este recae a séria acusação de controlar e cortar recursos do departamento, e isso "é inaceitável!!!!"
Há que se dizer que uma parte considerável do conselho não se submete aos devaneios do líder dos conselheiros, confia no presidente, mas discorda das medidas que sua equipe formulou. 
Agora imagine um novo personagem, a oposição. Sim, o presidente do conselho tem uma oposição que foi derrotada nas urnas e que não se conformou com o resultado. Eles ja ocuparam a presidência do conselho em outros tempos e mantém relações intimas com o pessoal do departamento de marketing. Pior que isso, eles tem muita influencia entre os delegados do departamento de fiscalização e também com toda a estrutura da controladoria interna. O presidente do conselho foi republicano demais para designar capitães fieis ao seu projeto nestes cargos.
Os operarios da empresa também estão em duvida. O presidente do conselho não tem boa comunicação com eles, e apesar de ser um deles,  o departamento de marketing tem carta branca para jogar qualquer tipo de informação nas ferramentas, mais de opinião do que de informação, claro. E os índices de aprovação do presidente permanecem baixíssimos.
O cenário ainda suporta uma concorrência desleal com outras empresas. Ha rumores de que os concorrentes têm subornado parte dos conselheiros e do quinta coluna. Só rumores.
Tudo isto por analisar e parece não haver saída... para a empresa! Mas eis que estes fanfarrões não imaginavam que o presidente teria caráter forjado em muitas lutas, conhecimento tecnico, honradez inquestionavel e muita resiliência, ainda que péssima dicção e comunicação.
As redes sociais fizeram o contraponto na formação de opinião dos operários a tal ponto que ficou impossível ao departamento de marketing permanecer com a política de ocultação das falcatruas de seu aliado pontual, o líder dos conselheiros. Visto que a controladoria foi obrigada a lhe por regras, o que inviabilizou a tentativa de derrubada do presidente.
Eis que afastado o líder dos conselheiros, recolhidas as garras do departamento de marketing, e arrefecidos os arroubos dos opositores, os índices de aprovação em recuperação e finalmente se pode comemorar uma 'pax romana' na empresa, a tão almejada estabilidade. Após aprovação dos ajustes, logo foi capaz de retomar investimentos, remunerar melhor os trabalhadores,  manter e ampliar os bons programas de benefícios que ja oferecia. E na sala da Liga da Justiça, tudo parece normal.
Ps - as investigações continuam, o que faz muitos conselheiros, diretores e o departamento de marketing andar pianinho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O Ponta Esquerda não publica comentários ofensivos, que utilizem expressões de baixo calão ou preconceituosas, nem textos escritos exclusivamente em letras maiúsculas ou que excedam 15 linhas.