terça-feira, 6 de agosto de 2013

O novo Brasil que os números anunciam

Por Rodrigo Priesnitz*
Em fins do mês de julho de 2013, a ONU apresentou os dados referentes ao PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. A seqüência de estudos está baseada nos dados dos censos demográficos de 1991, 2000 e 2010, realizados pelo IBGE e se baseia em 180 indicadores socioeconômicos.
O Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) é reconhecido pelas Nações Unidas como um exercício intelectual independente e uma importante ferramenta para aumentar a conscientização sobre o desenvolvimento humano em todo o mundo. A publicação tem autonomia editorial garantida por uma resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas. A premissa do primeiro RDH, em 1990, era de que as pessoas são a verdadeira riqueza das nações, conceito que guiou todos os relatórios subsequentes.
Os dados estão disponíveis na página eletrônica http://www.atlasbrasil.org.br/2013/ e podem ser acessados por todos os interessados. Em termos de dados brutos, há muito a
comemorar. A evolução mostra que quase não existem mais municípios com IDHM Muito Baixo, em relação ao primeiro levantamento, com destaque para a evolução da última década, entre 2000 e 2010. EM 1991 eram 4774 municípios com IDHM Muito Baixo, em 2000 eram 3895 e em 2010 restaram apenas 32, sendo que não há capitais ou sedes de regiões metropolitanas nesse grupo e a população somada desses municípios não atinge a marca de um milhão de habitantes. Os 32 municípios com IDHH Muito Baixo estão localizados nas regiões Norte e Nordeste.
Ainda que na outra ponta, a dos municípios considerados de IDHM Muito Alto, figurem apenas 40 municípios brasileiros, neles se concentram grandes populações urbanas. São seis Capitais de Estado e também Brasília, no Distrito Federal, além de muitas cidades estratégicas e de grandes populações.
A evolução do IDH dos municípios brasileiros é um demonstrativo eficiente para visualizar as mudanças nas condições de vida dos brasileiros. Nos últimos 10 anos houve o incremento de 37 milhões de pessoas na Classe Média. São pessoas que deixaram a pobreza e passaram a ter acesso a bens e serviços, antes inalcançáveis. Na nova lista de consumo dessa significativa população estão bens como o imóvel da casa própria, automóveis, motocicletas, eletrodomésticos da chamada linha branca, e serviços, como o acesso a eventos de cultura e esporte, planos de saúde e previdência privada e serviços de higiene pessoal.
A condução de políticas públicas de afirmação e inclusão são grandes
contribuintes para o alcance dessas novas marcas. Muito embora os programas como o PROUNI e Bolsa Família sejam alvo de severas críticas de opositores do governo e setores conservadores da sociedade, é pelos números favoráveis que eles demonstram sua eficácia para o desenvolvimento do país e o combate a pobreza.
O melhor dos novos números do PNUD sobre o Brasil está no fato de que eles não escondem e nem mascaram a existência da pobreza, bem como das ainda enormes diferenças sociais que castigam o país de norte a sul. Para que melhores resultados sejam alcançados, também é preciso uma boa dose de otimismo e os números colaboram positivamente para isso. A sabedoria popular ensina que os números não mentem. E são eles, os números, que nos mostram um novo Brasil. Um Brasil que avança para o desenvolvimento com inclusão social e distribuição de renda.


*Rodrigo Priesnitz é Tecnólogo em Gestão Pública, militante e filiado ao Partido dos Trabalhadores e experimenta a atividade de blogueiro.

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