Por Rodrigo
Priesnitz*
Em fins do mês de julho de 2013, a ONU apresentou os dados referentes ao
PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. A seqüência de
estudos está baseada nos dados dos censos demográficos de 1991, 2000 e 2010,
realizados pelo IBGE e se baseia em 180 indicadores socioeconômicos.
O Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) é reconhecido pelas Nações
Unidas como um exercício intelectual independente e uma importante ferramenta
para aumentar a conscientização sobre o desenvolvimento humano em todo o mundo.
A publicação tem autonomia editorial garantida por uma resolução da Assembleia
Geral das Nações Unidas. A premissa do primeiro RDH, em 1990, era de que as
pessoas são a verdadeira riqueza das nações, conceito que guiou
todos os relatórios subsequentes.
Os dados estão disponíveis na página eletrônica http://www.atlasbrasil.org.br/2013/ e podem ser acessados por todos os
interessados. Em termos de dados brutos, há muito a
comemorar. A evolução
mostra que quase não existem mais municípios com IDHM Muito Baixo, em relação
ao primeiro levantamento, com destaque para a evolução da última década, entre
2000 e 2010. EM 1991 eram 4774 municípios com IDHM Muito Baixo, em 2000 eram
3895 e em 2010 restaram apenas 32, sendo que não há capitais ou sedes de regiões
metropolitanas nesse grupo e a população somada desses municípios não atinge a
marca de um milhão de habitantes. Os 32 municípios com IDHH Muito Baixo estão localizados
nas regiões Norte e Nordeste.
Ainda que na
outra ponta, a dos municípios considerados de IDHM Muito Alto, figurem apenas
40 municípios brasileiros, neles se concentram grandes populações urbanas. São
seis Capitais de Estado e também Brasília, no Distrito Federal, além de muitas
cidades estratégicas e de grandes populações.
A evolução do IDH dos municípios brasileiros é um demonstrativo
eficiente para visualizar as mudanças nas condições de vida dos brasileiros.
Nos últimos 10 anos houve o incremento de 37 milhões de pessoas na Classe
Média. São pessoas que deixaram a pobreza e passaram a ter acesso a bens e
serviços, antes inalcançáveis. Na nova lista de consumo dessa significativa
população estão bens como o imóvel da casa própria, automóveis, motocicletas,
eletrodomésticos da chamada linha branca, e serviços, como o acesso a eventos
de cultura e esporte, planos de saúde e previdência privada e serviços de
higiene pessoal.
A condução de políticas públicas de afirmação e inclusão são grandes
O melhor dos novos números do PNUD sobre o Brasil está no fato de que
eles não escondem e nem mascaram a existência da pobreza, bem como das ainda
enormes diferenças sociais que castigam o país de norte a sul. Para que
melhores resultados sejam alcançados, também é preciso uma boa dose de otimismo
e os números colaboram positivamente para isso. A sabedoria popular ensina que
os números não mentem. E são eles, os números, que nos mostram um novo Brasil.
Um Brasil que avança para o desenvolvimento com inclusão social e distribuição
de renda.
*Rodrigo Priesnitz é Tecnólogo em Gestão Pública, militante e
filiado ao Partido dos Trabalhadores e experimenta a atividade de blogueiro.
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